terça-feira, 26 de outubro de 2010

Valores

Normalmente só damos valor pra algo ou pra alguém quando perdemos. Nossos pais por exemplo, eles estão sempre ali, sempre com a gente e por ser algo comum algo do cotidiano nem percebemos, com nossos amigos mais próximos é a mesma coisa, nossos irmãos, com tudo que nos cerca. Eu também sou assim na maioria das vezes, até que um dia tive perto de perder uma amiga muito próxima, vou contar pra vocês.
Conheço essa minha amiga desde os meus 11 meses, estudamos na mesma escola e na mesma turma, no mesmo curso de inglês e moramos no mesmo condomínio desde os 11 meses, só temos 14 dias de diferença. Fomos criadas como irmãs, a quatro casa de diferença e com a mesma educação, e como a maioria de irmãos e irmãs não éramos de dar valor uma a outra, eu não via motivos pra dar valor a ela, se ela sempre esteve ali desde os meus 11 meses, na verdade nem sabia que ela tinha valor, nem sabia que ela era importante, ela já era tão comum pra mim . Um dia eu e ela fomos para o curso de inglês e ela não estava muito bem, chegamos no curso e ela pediu pra ir embora, eu fiquei, quando cheguei em casa falei com a mãe dela e a mãe dela disse que ela tinha ido ao médico, estava com uma virose e ficou no hospital tomando soro. No mesmo dia eu também fiquei doente com essa mesma virose, provavelmente tenha pego dela, mas a minha não tinha sido tão forte quando a dela, ela passou a noite no hospital e no outro dia de manhã estava em casa, isso foi em novembro de 2009. Foi em janeiro de 2010 que eu vi a importância dela pra mim, quando ela estava “ mais pra la do que pra cá “, em uma segunda-feira minha mãe me avisou que ela tinha sido internada pois tava com a mesma virose de novo, eu não dei muita bola no início pois ela já tinha ficando assim e foi apenas uma virose, eu sabia que terça-feira ela estaria em casa, mas não na quarta-feira, minha mãe me avisou as onze da manhã, que ela ia se operar da apendicite e que o caso dela não era bom, pois a inflamação estava muito grande e podia se espalhar para os outros órgãos, fui para o para o hospital na mesma hora, ela já estava internada desde domingo à noite e eu ainda não tinha ido ver ela. Mostrar felicidade pra ela, quando eu estava triste, foi uma das coisas mais difícil que já fiz na vida. Fiquei das 11:30 até as 16:00, que foi a hora que ela foi se operar, quando ela entrou para o bloco, eu desabei chorando, não tinha mais que me fazer de forte, então só me abracei a minha mãe e chorei . Queria ficar la até ela sair do bloco e ver com os meus próprios olhos que ela estava bem, mas minha mãe não deixou já estava a mais de 6 horas sem comer nada, então minha mãe me levou pra casa, eu falei pra mãe dela me ligar assim que ela saísse do bloco, o certo seria a operação terminar as 18:00, já eram 21:00 e nada da mãe dela me ligar, então as 21:30 eu liguei pra mãe dela e a mãe dela me disse que ela já tinha saído, que estava bem mas que queria dormir pois estava muito cansada. Eu fui no hospital ver ela, 
mesmo que ela estivesse dormindo, levei meu notebook, porque ela ia ficar mais tempo por la, até se recuperar, levei para o tempo passar mais rápido. Quando eu fui ver ele quarta-feira a noite, foi a cena mais marcante pra mim, ela não parecia ela, estava dormindo em um sofá, tomando soro e com uma sonda no nariz, com umas 3 máquinas do lado dela, quando eu vi ela, pensei assim “ minha amiga ta viva apenas por máquinas”. Foi o meu maior choque. No outro dia de manhã eu estava la, de novo, ela estava pior do que antes, não conseguia falar, a sonda não deixava, eu tentei caminhar com ela, mas ela não tinha forças e nem equilíbrio pra ficar em pé, foi difícil de ver. Ela ficou mais uma semana e meia no hospital e depois voltou pra casa.
Hoje eu dou mais valor a minha amiga, o problema que ela teve serviu de lição pra mim em vários pontos, esse é um deles.
Bom, contei essa história pra vocês, pra que vocês não tenham que passar por isso pra aprender o que eu aprendei, pra que não cometam o mesmo erro que eu, de só da valor pra alguém quando se ta pra perder ela, pra que vocês comecem a dar mais valor as pequenas coisas do cotidiano, como o amanhecer, como um sorriso, as estrelas, são coisas que sempre estão presentes, por isso não damos o valor necessário, não deixem pra da valor quando estiver pra acabar ou quando estiver acabando, de o valor necessário !

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